Por Joana Reichert
Belmonte – Um fato raro e muito inusitado foi registrado na madrugada da quinta-feira da última semana, dia 25, na fazenda do agricultor Vitorino Caglione, de 80 anos. Uma bezerra com duas cabeças nasceu na propriedade, e causou espanto tanto para o proprietário como para os demais moradores. A notícia teve grande alcance, em toda a região e até na mídia nacional. Pela condição do animal, infelizmente morreu na noite de sexta-feira, 26, cerca de um dia após o nascimento.
Para os veículos de comunicação e nas redes sociais, o agricultor relatou que quando encontrou a terneira, logo percebeu algo estranho. “Virava ele para um lado, ele me olhava. Virava para o outro, me olhava de novo. Aí vi que tinha duas cabeças”. Apesar do parto ter ocorrido sem complicações e de ter nascido viva, a bezerra apresentava sinais de fraqueza. Ela foi alimentada com a ajuda de uma garrafa. Enquanto bebia o leite com uma cabeça, com a língua da outra se lambia. O agricultor acionou o curso de medicina veterinária da UNOESC, e a terneira foi levada para avaliação em São Miguel do Oeste. O professor, biólogo e doutor em Biologia Jackson Preuss, que conduziu os estudos, explicou que este é um caso raro no mundo e a condição genética é a diprosopia, que é a duplicação de face.

Segundo o biólogo, a má-formação ocorreu ainda na fase embrionária do desenvolvimento do feto. Esclareceu que provavelmente houve uma deficiência em uma proteína essencial na formação da face. Isso fez com que a estrutura fosse duplicada. “Por ser um caso raro, não é algo que tem sucesso naturalmente dentro das espécies. São extremamente raros os casos de animais que sobrevivem com essa condição”, explica o professor.


