REGISTRANDO E ESCREVENDO A HISTÓRIA
- A Semente do Jornalismo
Uma paixão que surgiu a partir da experiência. O fazer jornalismo iniciou, de fato, na vida do diretor-geral do jornal Noticiário Regional, Adriano Bortoluzzi, no ano de 2003. Formado como Técnico em Agropecuária – área distinta da Comunicação Social – com experiência de trabalho em cooperativa e, logo depois, em consultoria privada, o destino lhe reservava uma profissão árdua, porém apaixonante, e uma missão ainda maior: dirigir um meio de comunicação impresso que, anos depois, além de registrar a história, também faria parte dela no Extremo Oeste de Santa Catarina, sendo considerado, hoje, um dos maiores jornais semanários do Estado. O maior da região.
- Primeiros Passos
Depois de conhecer um grupo de jornalistas na cidade de Chapecó – SC, com quem conviveu por alguns anos, surgiu o convite para ser sócio de um jornal: o NotiOeste. Pouco mais de um ano depois, a sociedade se desfez. Entretanto, a experiência profissional e o gosto adquirido pela atividade fizeram com que o espírito empreendedor falasse mais alto. Foi assim que, no dia 11 de julho de 2003, começou a circular a primeira edição do jornal Noticiário Regional, que tinha como slogan: “A informação do Oeste Catarinense e Sudoeste do Paraná em suas mãos”, o qual logo se tornaria “A informação do Oeste Catarinense em suas mãos”.
Frente aos demais veículos de comunicação da época, a estrutura modesta era evidente nas apenas 12 páginas em preto e branco, compostas majoritariamente por informações obtidas junto às assessorias de imprensa dos órgãos públicos e empresas privadas. Era o começo.
Na primeira edição, foram impressos 500 exemplares na Gráfica do Jornal Sul Brasil, de Chapecó, e a diagramação foi realizada por Mauro Ramalho – então, um dos diretores do Jornal Sul Brasil. A circulação inicialmente não tinha municípios definidos, já que Bortoluzzi ainda não sabia se manteria a sede do jornal em Chapecó ou se a transferiria para Xanxerê. Portanto, nas primeiras edições, ele mesmo realizou a entrega nos municípios do eixo Chapecó–Joaçaba e Chapecó–Mondaí. “Eram os municípios com os quais mais tinha afinidade”, pela experiência de um ano com o outro jornal. A primeira edição do Noticiário Regional contou com notícias de municípios como Mondaí, Campo Erê, Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Joaçaba, Itapiranga, Palmitos, São Carlos, Águas de Chapecó, entre outros. As informações foram todas fornecidas pelas assessorias de comunicação dos municípios, exceto uma que ficou marcada na história: a matéria de capa, intitulada “Tozzo lança nova marca de produto”, informação em primeira mão.
Ainda sobre a primeira edição, que circulou em 11 de julho de 2003, cerca de 100 exemplares foram distribuídos em restaurantes, bares, postos de combustíveis, hotéis, mercados e outros pontos comerciais com grande fluxo de pessoas na principal avenida de Chapecó, a Getúlio Vargas, com o objetivo de divulgar a marca. Os demais 400 jornais foram distribuídos assim: 300 entregues nos municípios da região e 100 concentrados em residências e comércios de Mondaí. Assim como a primeira edição, as demais, durante aproximadamente 90 dias, foram todas entregues por Adriano, de porta em porta.
- Da Incerteza à Escolha de Mondaí
Após três meses produzindo o jornal semanal em Chapecó e realizando a entrega nos municípios dos eixos mencionados, Bortoluzzi decidiu manter a circulação apenas no eixo Chapecó–Mondaí, com o qual possuía maior afinidade pessoal. Devido à concorrência acirrada na capital do Oeste e à estrutura financeira bastante limitada para investir em novos equipamentos e, principalmente, em recursos humanos para competir com os meios de comunicação já estabelecidos (jornais diários, TVs e emissoras de rádio), decidiu fechar o jornal em Chapecó e transferi-lo para Mondaí. Começava uma nova jornada, cujo pontapé inicial havia sido apenas dado.
Mesmo diante das dificuldades financeiras que limitavam sonhar mais alto, a paixão pelo jornalismo e pelo fortalecimento da marca Noticiário Regional era maior. Logo nos primeiros dias, o jornal alugou uma sala na Avenida Laju, em Mondaí, em frente ao antigo Banco do Estado de Santa Catarina (BESC). A produção jornalística continuava sendo realizada inteiramente pelo diretor Bortoluzzi, e foi em Mondaí que o jornal começou a vender assinaturas. O primeiro casal assinante, Auri e Ingrid Bruch, é lembrado com entusiasmo e, passadas mais de duas décadas, ainda mantém a assinatura do periódico.
Instalado em Mondaí, a área de circulação precisou ser redefinida. Os municípios foco passaram a ser Mondaí, Riqueza e Iporã do Oeste. A impressão deixou de ser feita em Chapecó e passou para uma gráfica em Catanduvas – SC. Era necessário produzir o material durante alguns dias da semana, ir até Pinhalzinho, onde o jornal era diagramado, enviar o arquivo em um CD via ônibus da Reunidas e aguardar um dia para receber os exemplares impressos para a entrega.
Para alinhar a logística de entrega e liberar o diretor para cuidar da empresa, das vendas e da produção de matérias, tornou-se necessário contratar alguém para auxiliar nesse trabalho. O primeiro colaborador do jornal foi Fernando Biesdorf, de Iporã do Oeste, selecionado para realizar entregas e cobranças naquele município. O salário: R$ 15.
- A Caminho da Consolidação: Iporã do Oeste
Apesar dos esforços, os negócios pareciam não avançar em Mondaí. Um dos mais recentes amigos de Adriano, Valdir Lutz, o incentivou a transferir a sede do jornal para Iporã do Oeste. Focado no objetivo, depois de passar por Chapecó e Mondaí, o destino final, onde o jornal finalmente decolaria, seria mesmo Iporã do Oeste.
No dia 27 de março de 2004, o jornal se instalou oficialmente em Iporã do Oeste. Pessoas como Valdir Lutz, o advogado Ivon Wanscheer (Koki), Dr. Júlio Lasta, o administrador Adélio Marx (em memória) e o empresário Nereu Sávio Ramos (em memória), foram fundamentais nos primeiros anos do jornal na cidade, já que, com as limitações financeiras cada vez mais severas, foi preciso recorrer às parcerias. Na época, o médico Dr. Júlio alugou por um valor simbólico o porão da antiga Clínica Servmed para abrigar o jornal.
Poucas semanas depois da instalação em Iporã, surgiu a oportunidade de imprimir o jornal ali mesmo. Após o acerto de valores, a Gráfica L&L passou a imprimir a edição semanal, ainda com 500 exemplares. Havia entre 80 e 100 assinaturas, e os exemplares restantes continuavam sendo distribuídos gratuitamente, com o objetivo de divulgar a marca – agora com foco maior em Iporã do Oeste.
Com o surgimento de assinaturas, Bortoluzzi contratou o primeiro diagramador do jornal, Adriano Scopel. A partir disso, Bortoluzzi ficou responsável pelas matérias e pelo conteúdo, enquanto Scopel cuidava da diagramação e das artes dos anúncios, que também começaram a aparecer aos poucos.
- Estrutura Simples, Sonho Grande
Buscando sempre expandir, em 2005 o jornal passou a circular em Descanso, Santa Helena, Belmonte e Tunápolis. Era mais uma aposta do diretor que, mesmo longe da estabilidade financeira, precisava arriscar. E de aposta em aposta, a marca foi ganhando espaço. Em 2006, as dificuldades persistiam, e enfrentar a concorrência consolidada da região e até mesmo de Iporã do Oeste não era fácil, já que não havia recursos para investir em estrutura e, consequentemente, oferecer um jornal semelhante, igual ou superior aos concorrentes para se firmar no mercado.
No ano de 2007, a história do Noticiário Regional quase teve um fim. A má fase parecia não ter fim, e o jornal foi posto à venda. Surgiram algumas ofertas, mas nenhuma convenceu Bortoluzzi a desistir do sonho. Na época, já havia quatro funcionários.
Sem sucesso na venda, foi preciso recuar, rever estratégias, arregaçar as mangas e seguir lutando. Novas parcerias comerciais com empresas privadas e órgãos públicos começaram a surgir a partir da adoção de uma nova postura editorial. Era necessário oferecer algo diferente, pois o “feijão com arroz” já não bastava.
- Quase o Fim… Mas a Paixão Falou Mais Alto
Ao final de 2007, o jornal passou a adotar um jornalismo crítico e comunitário. Talvez esse tenha sido o segredo para superar a concorrência e as dificuldades financeiras. A linha editorial passou a ser pautada pelo comunitarismo – o jornal abriu as portas para a comunidade falar, reivindicar, elogiar e aparecer. Festas de aniversário, eventos comunitários, inaugurações, denúncias de descaso do poder público, enquetes de opinião e fatos de interesse local passaram a ser produzidos pela redação do Noticiário Regional e começaram a cair no gosto dos leitores. Foi a partir desse envolvimento, do “viver a comunidade”, que o jornal cresceu nos seis municípios mencionados, especialmente em Iporã do Oeste.
- Consolidação e Expansão
Os anos de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012, marcaram um crescimento expressivo do Noticiário Regional, fundamentais para a consolidação da marca. O aumento do número de assinantes formou uma base sólida que garantiu a estabilidade financeira da empresa e possibilitou investimentos importantes em equipe, equipamentos e veículos. O jornal passou de 12 para 16 páginas, depois 20, 24, 28, 36, 40, 48, 52… e chegou a 64 páginas em 2014. Nos anos seguintes, até 2025, consolidou-se com 60 páginas por edição, além de cadernos especiais.
- Estrutura Atual (2025)
Atualmente, o jornal Noticiário Regional figura entre os maiores jornais semanários de Santa Catarina, com tiragem de 3.300 exemplares, impressos pela Gráfica Araucária, no município de Lages, na Serra Catarinense. Conta com uma equipe de oito colaboradores diretos e cerca de 20 indiretos – em sua maioria, entregadores – além de equipamentos e softwares de edição atualizados com o que há de melhor no mercado. Atua nos municípios de Iporã do Oeste, Mondaí, Riqueza, Caibi, Descanso, Santa Helena, Belmonte, Tunápolis, São João do Oeste e Itapiranga. Na linha editorial, possui várias editorias, destacando-se Política, Polícia, Esporte, Geral, Variedades, Saúde, além da seção de opinião com colunistas conceituados.
- Um Compromisso com o Oeste Catarinense
O foco do Noticiário Regional sempre foi – e continua sendo – levar informação do Oeste Catarinense, semanalmente, a milhares de lares, oferecendo aos leitores notícias e opinião com credibilidade, entretenimento e informação útil para o dia a dia. Em 11 de julho de 2025, o Noticiário Regional completa 22 anos escrevendo a história da região e da sua gente.