Por Joana Reichert
São João do Oeste – Após uma vida inteira trabalhando na lavoura, quando chegou a aposentadoria, a Clarice, de 67 anos, e seu marido Silfredo Rambo, 71 anos, até se desfizeram de parte do capital como forma de reduzir o serviço, “desacelerar” e ter uma vida mais tranquila. O casal reside na Linha São João Alto, local onde Silfredo nasceu e se criou. Mas, havia o desejo de ambos em se manterem ativos, ocupando o tempo com algo saudável e que ao mesmo tempo gerasse renda.
O casal gosta muito de ler, e para se manter informado, assina o jornal há muitos anos. Foi vendo as matérias publicadas no semanal, que Silfredo começou a se interessar pela produção de morangos. Nas reportagens, acompanhava o relato de produtores que diziam terem apostado na atividade e hoje em dia estarem satisfeitos com o resultado. A ideia de investir na produção de morangos foi sendo alimentada pelo casal. Até abril de 2022 estava localizado na propriedade da família um clube que era usado há mais de 20 anos para jogos de bolãozinho e 48. Em função da pandemia, os associados decidiram por encerrar os jogos e encontros no local. Como estava nas terras de Silfredo, por direito, foi oferecido a ele a venda do clube.
Silfredo e Clarice compraram a estrutura, e em outubro de 2023 iniciaram o investimento na reforma do local. A partir dali, começou a ser colocado em prática o desejo do casal por produzir morangos. Foram feitas as adaptações, a reforma do telhado, a colocação das lonas e o plantio das primeiros 1.500 mudas de morango da variedade Flórida, adquiridas de empresa de Xanxerê. Hoje no antigo clube já são três mil mudas, com várias colheitas feitas.
Para aproveitar a estrutura de um galpão onde antigamente o casal criava suínos, também foram feitas reformas e adaptações, e neste local, plantadas há cerca de sete meses mais 1.400 mudas das duas variedades, Flórida e San Andreas. Destas mudas ainda não foi feita nenhuma colheita. Para economizar, considerando os altos custos na compra das plantas, o casal também fez as suas próprias mudas que estão tendo um bom desenvolvimento.
Os produtores possuem assistência técnica de agrônomo, do qual também adquirem os produtos necessários para as plantas.

Nas primeiras colheitas, Silfredo conta que tinha uma preocupação referente ao mercado de venda dos morangos. Mas com a pouca divulgação que fez, faltaram frutas para atender a todos que queriam comprar. Comenta que podia vender bem mais se tivesse. As mudas da variedade Flórida produzem praticamente o ano todo, com destaque para os meses de janeiro e fevereiro, em que a média ficou em 18 quilos por dia. O casal conta que diariamente se dedica a atividade, seja conferindo as plantas, fazendo algum manejo nas mudas, a colheita e a entrega das frutas aos clientes.
Para Clarice e Silfredo, é um trabalho que exige pouco esforço, e que pretendem continuar exercendo enquanto puderem. Futuramente, a expectativa é que a produção tenha continuidade pela filha e o neto que residem com eles. Nestes dois primeiros anos de produção, fazem uma avaliação positiva, tanto da colheita como dos conhecimentos que adquiriram buscando se aperfeiçoar na atividade. Uma das formas de buscar informação foi com outros produtores do município e da região, que compartilharam com o casal suas experiências.
