Encontro tratou de temas como gripe aviária, sanidade animal, emissão de notas fiscais e uso de implementos agrícolas
O Conselho Municipal de Agricultura de Mondaí reuniu-se na tarde da última terça-feira, 27, para tratar de pautas relevantes ao desenvolvimento rural e agropecuário do município. O encontro contou com a participação dos membros efetivos do conselho, e também do prefeito Elizandro Mainardi, do vice-prefeito Guinter Otto Dreher, da servidora do setor de blocos Taciane Rodrigues, e da representante da CIDASC, Tamara Knop.
Logo de início a representante da CIDASC trouxe informações atualizadas sobre a situação da Gripe Aviária em Santa Catarina, destacando que, embora os casos estejam sob controle, os órgãos de fiscalização permanecem em alerta máximo. Ressaltou ainda que Mondaí e Riqueza estão localizadas em rota migratória de aves que se dirigem ao norte do país, o que coloca a região em estado de risco.
Ponto amplamente debatido foi a preocupação com a Brucelose e a Tuberculose bovina, doenças que podem comprometer economicamente especialmente as propriedades leiteiras. A discussão girou em torno da possibilidade de contaminação também pelo gado de corte, que muitas vezes transita entre propriedades sem a realização dos exames sanitários obrigatórios. Em Mondaí, são cerca de 130 criadores de gado de corte e mais de 280 propriedades leiteiras.
O secretário municipal de Agricultura, Sidinei Bassorici, que também preside o Colegiado da Agricultura da AMEOSC (Associação dos Municípios do Extremo Oeste Catarinense), afirmou que levará a preocupação ao colegiado, alertando que, caso uma propriedade seja diagnosticada com contaminação, o processo de recuperação pode levar meses ou até anos, entre abates e obtenção de novos laudos.
A servidora pública Taciane Rodrigues, que atua na Exatoria municipal, abordou a discrepância entre o grande volume de Guias de Trânsito Animal (GTAs) emitidas e a baixa emissão de notas fiscais relativo a esses animais. Ela destacou que essa prática poderá gerar penalizações a partir de 2026 e que, até outubro deste ano, serão realizadas ações para regularização da situação. Taciane explicou que práticas comuns, como a doação de terneiros, também exigem a emissão de nota fiscal, ainda que com valor simbólico e a devida indicação de que se trata de uma doação. Para isso, estão previstas rodas de conversa com produtores e com os emissores de notas fiscais eletrônicas — geralmente contadores ou terceiros —, além do envio de mensagens via WhatsApp para produtores que ainda não estão em conformidade com as normas. Ela ainda destacou a importância da emissão de nota fiscal com vários benefícios ao produtor rural.
Outro tema abordado foi a coleta seletiva de lixo no interior do município. Atualmente, o serviço é realizado a cada 90 dias, mas foi discutida a possibilidade de reduzir o intervalo para 60 dias. Embora para 2025 já tenha sido contratada a empresa com o cronograma trimestral, o secretário informou que o assunto será reavaliado para o próximo ano, com o objetivo de tornar o serviço mais frequente e eficiente.
O uso e a conservação de implementos agrícolas também entraram na pauta. Segundo o secretário, hoje existem cerca de 80 equipamentos distribuídos entre associações de produtores, mas muitos estão em situação de abandono, sem identificação ou com mau uso. Ele adiantou que será feito um levantamento rigoroso e que, se necessário, os equipamentos serão recolhidos. “Estamos falando de bens públicos. Esses implementos foram adquiridos com recursos públicos e não podem ficar largados, quebrados ou sem responsabilidade definida. Em breve será realizada uma fiscalização, e os responsáveis terão de apresentar relatórios de uso”, destacou.
Ao final do encontro, Sidinei Bassorici enfatizou que a Secretaria Municipal de Agricultura está passando por mudanças estruturais, com o objetivo de tornar sua atuação cada vez mais técnica, profissional e focada no atendimento e orientação direta ao produtor rural.
