Riqueza – No dia 25 de julho iniciou-se oficialmente o plantio do fumo na propriedade do jovem produtor Giovani Stein, de 28 anos, residente na comunidade de Linha Três Forquilhas. Nesta safra, Stein aposta em 70 mil pés de fumo, distribuídos em aproximadamente quatro hectares, contemplando as variedades Comunista, Burlei e Comum.
O ciclo do fumo, segundo o produtor, leva em torno de 70 a 80 dias até o desponte, seguido de mais 40 dias até a colheita final, completando em média 100 dias de desenvolvimento na lavoura. Apesar da experiência acumulada na família, que já cultiva fumo há anos, Giovani destaca que as expectativas para a safra 2025 ainda são cercadas de dúvidas. “Na verdade, os instrutores não dizem nada. Vai depender de tudo da safra. Se vai produzir bem em todas as regiões, acho que mantém. Mas se tiver quebra, perdas ou algum problema, já muda”, avalia.
Giovani também avalia os impactos das geadas registradas recentemente no Rio Grande do Sul e Paraná, que atingiram áreas onde parte das lavouras já estava implantadas. Segundo ele, esses eventos climáticos devem reduzir a oferta geral de fumo no mercado. “Eu acredito que vai dar uma perda por causa dessas geadas. No Rio Grande já perdeu bastante. Vai produzir, mas menos. Então, é menos fumo no mercado, e vai ter que valorizar”, afirmou.
A expectativa de colheita é de cerca de 170 arrobas por hectare, considerando uma média de 10 arrobas para cada mil pés de fumo. Apesar disso, Stein reconhece que a grande quantidade plantada pode dificultar a manutenção do manejo no tempo ideal. “Se fosse plantar 15, 20 ou 30 mil pés, poderia colher 12 ou 13 arrobas por mil. Mas quando é muito, às vezes não dá pra atender na hora certa. Então, se colher 10 por mil, está bom”, avaliou.
Quanto aos custos de produção, Giovani destaca que os insumos permaneceram estáveis em relação às safras anteriores. “Na verdade, o custo está igual, já uns três anos. Teve um aumento nos adubos, depois caiu um pouco, mas está mais ou menos a mesma coisa”, explicou.
Sobre o preço, o produtor lembra que a cotação do fumo teve oscilações na última safra, mas se manteve atrativa para o agricultor. “Ano passado o preço estava bom. Se ficar em 250, estaria ótimo. A expectativa é que, pelo menos, ultrapasse os 200 esse ano”, disse.
O manejo da lavoura segue em andamento. Stein relata que já iniciou a aplicação de ureia e que ainda deverá repetir o procedimento mais duas vezes, além de realizar outros tratamentos contra pragas. “Os bichinhos a gente vai ter que ver como é que vão morder. Fiz tratamento há uns 15 dias, mas já começa a vir de novo”, relatou.
O fator climático também preocupa o produtor. O fumo, segundo ele, exige calor e estabilidade para se desenvolver bem. “Ele gosta de calor. Esses dias estava parado, porque esfriou bastante e a terra ficou gelada. Agora está esquentando, mas de noite ainda é frio. Acredito que esses sejam os últimos frios que estamos enfrentando”, completou.
O trabalho de Giovani com o fumo faz parte da sucessão familiar. O pai já cultivava a planta e, após um período de pausa, a família retomou a atividade. Hoje, a mão de obra na propriedade é essencialmente familiar, sendo de Giovani e sua companheira Taís Buss, seus pais e seu irmão.
