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    Nutrição aliada a melhoria genética e gestão da propriedade

    Joana Reichert

    Em 30 anos, família Ritter registra aumento expressivo na produção de leite por animal

    Foi com apenas três vacas leiteiras que o casal João Paulo e Marli Ritter iniciou a atividade, em 1997. Naquele ano, também nasceu o filho mais velho, Valmir. Além de uma fonte de renda para a propriedade, localizada na Linha Quilombo, o objetivo da compra das vacas também era ter o leite para alimentar o filho, já que Marli não conseguia amamentar. Gradativamente, conforme os animais se reproduziam, o plantel foi aumentando. E desde o início, os produtores se mantém fiéis a mesma empresa, fornecendo a produção para a Lac Lelo de São João do Oeste.

    No ano de 2007 foi construída a primeira sala de ordenha, estrutura que ainda existe hoje, mas que foi aperfeiçoada com os anos. Até então, o sistema que os produtores usavam era a pasto. Em 2014 construíram um Compost Barn, e a partir daí, os animais passaram a ficar confinados, com o trato feito todo nos cochos. Naquele ano, o plantel já contava com cerca de 70 vacas. Já ano seguinte, 2015, construíram o segundo Compost e em 2020 a terceira estrutura de confinamento.

    Desde pequeno, Valmir acompanhava os pais na lida com as vacas, e com apenas seis anos de idade já manifestava interesse pela atividade, auxiliando os pais na ordenha. A decisão de permanecer na propriedade, fazendo a sucessão familiar, foi algo natural e espontâneo. O confinamento dos animais contribuiu para Valmir confirmar a continuidade dos trabalhos iniciados pelos pais, pois desde sempre a mão de obra é familiar, e esse sistema de manejo otimiza os serviços, além de garantir maior sanidade e bem-estar aos animais, e consequentemente o aumento na produção.

    Há 11 anos com o sistema de confinamento, João Paulo afirma que não voltaria atrás, pois quando o sistema era a pasto as dificuldades eram muitas principalmente em dias de maior umidade, com barro e escassez de pasto. A maior comodidade no manejo dos animais, com benefícios tanto para as próprias vacas como para os produtores, também trouxe outros desafios em que o objetivo principal não é simplesmente aumentar o plantel, mas sim a eficiência em todos os setores da propriedade. Também desde o início do confinamento, a família iniciou com a terceira ordenha, nos horários das 6h, às 14h e às 22h. Toda mão de obra é familiar, dos pais João Paulo e Marli, filhos Valmir e Viviane e a nora Daiane. Também já acompanha a família na rotina, a pequena Natália, filha de Valmir e Daiane.

    Desde 2017 a inseminação é feita pelos próprios produtores. Inicialmente foi Marli que se capacitou para realizar o serviço, e depois também Valmir. O sêmen é adquirido de forma particular com o subsídio fornecido pelo município, no programa de melhoramento genético. A escolha do touro e do material atende as características de melhoria genética que é buscado em cada animal. A propriedade possui o assessoramento do veterinário Anderson Klunk, profissional que semanalmente está no local para o acompanhamento e ajustes imediatos, caso necessário.

    Nutrição ajustada a necessidade de consumo de cada animal

    Atualmente são em média 72 a 78 vacas em lactação, todas da raça holandesa. Nos últimos três anos a média anual por vaca foi de 36 litros, e no mês de agosto essa média aumentou para 42 litros por animal. Até final do ano os produtores almejam chegar a um milhão de litros de leite no ano. Para os produtores, é importante respeitar a capacidade de produção de cada animal, sem explorar o plantel.

    Os animais são divididos em dois lotes, em que no primeiro ficam as vacas com potencial maior de produção, e no outro as que já estão no período final de lactação. A dieta de cada animal é ajustada conforme a necessidade de ingestão dos nutrientes, considerando sua capacidade de produção e evitando assim perdas econômicas. A alimentação dos animais é a base de silagem, produzida na propriedade, e complementada com feno e ração. A técnica da Schmitz Agroindustrial, Andréia Klaumann, especialista em nutrição de bovinos leiteiros, explica que a dieta do animal começa desde a colheita do milho para silagem, regulando o corte para que as partículas tenham o tamanho ideal e o grão do milho seja bem processado visando o máximo aproveitamento do alimento. Uma amostra do material é coletada e encaminhada para laboratório, onde é analisado, entre várias questões, a quantidade de amido e fibra. A partir disso a profissional monta a dieta com a quantidade de ração necessária, considerando as diferenças nutricionais dos animais em cada lote.

    Conforme Andréia, a nutrição e reprodução precisam estar alinhadas para o êxito da atividade leiteira. Explica que a alimentação balanceada vai garantir ao animal a energia e proteína que ele necessita. A especialista em nutrição bovina esclarece que na dieta do lote um, onde as vacas têm maior potencial de produção, a alimentação contempla 42 quilos de silagem, 13 quilos de ração e um quilo de feno, quantidade que considera três tratos, sendo um por ordenha. A dieta precisa alcançar 16 a 18% de proteína bruta e em torno de 30% de amido. O trato dos animais pelos produtores é feito diariamente seguindo essa fórmula.

    Para confirmar se a dieta está realmente ajustada a necessidade nutricional dos animais, é feita ainda uma coleta da dieta total que os animais ingerem, e que contempla a mistura de silagem, ração e feno, e enviada ao laboratório para análise.

    Gestão da propriedade e planejamento futuro

    A organização financeira da propriedade é outra questão que recebe grande destaque dos produtores. Para eles, a atividade não pode se manter dependendo somente de auxílios externos, como incentivos de governo. Por conta disso, o último investimento realizado através de financiamento bancário foi a construção do galpão em 2020, e desde então, todo investimento é feito com recursos próprios do caixa da família, sempre com planejamento e “não dando o passo maior que a perna”. Valmir define que o sucesso da produção depende de uma boa gestão, do assessoramento dos profissionais para melhorar manejo, dieta, reprodução e consequentemente a produção, e a visão de futuro, considerando “até onde e até quando alcançar o objetivo almejado”.

    E por falar em futuro, a preocupação dos produtores não se resume em apenas aumentar o plantel, pois para isso, é necessário ter a garantia do alimento. Valmir explica que o plantel vem se mantendo estável em função de que é a quantidade ideal que a estrutura suporta. No Compost, cada vaca tem uma área de 20 metros quadrados que é preenchida com maravalha, metragem que está acima do padrão recomendado e que contribui para aumentar a eficiência na produção. Além disso, a área de terra própria da família é suficiente para o plantio de milho e a posterior confecção da silagem. Dessa forma, a meta é sempre buscar aumentar a produção por animal, o que já está se confirmando com a adoção do manejo correto.

    Não menos importante, através de programa da empresa Lac Lelo, a família desenvolve ações com foco no social, econômico e ambiental. Na prática, os produtores preconizam pelo bem-estar animal, a preservação ambiental e a destinação correta dos dejetos.

    Amostra do alimento servido as vacas é coletada para análise em laboratório
    Mão de obra é toda familiar. Na foto: Valmir, Daiane, Natália, Marli, João Paulo e Viviane
    Propriedade está com um plantel de mais de 70 vacas em lactação

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