Caibi – Com a chegada do mês de outubro, o cenário das frutíferas exige atenção redobrada dos agricultores. A fase atual é de brotação, um momento delicado que demanda manejo adequado para garantir produtividade e qualidade na colheita. As orientações são do líder do Projeto de Fruticultura do Extremo Oeste da Epagri, Paulo Roberto Kuhn, que destaca a importância das práticas preventivas tanto para doenças quanto para pragas.
Segundo Kuhn, as condições climáticas típicas da estação, manhãs frias, tardes quentes e alta umidade, favorecem o aparecimento de problemas fitossanitários, como a antracnose nas videiras. “A uva está florescendo, e é nessa fase que o agricultor deve ter cuidado especial, porque os primeiros sintomas podem comprometer toda a safra. O ideal é iniciar já o tratamento preventivo com produtos adequados, seguindo orientação técnica”, ressalta.
Além da uva, o pessegueiro também exige manejo criterioso. Nesse período, a mosca-das-frutas se torna uma das principais ameaças, provocando queda precoce dos frutos ou danificando-os ainda no processo de amadurecimento. “O agricultor deve estar atento, pois o ataque dessa praga facilita ainda a entrada de doenças, como a podridão-parda. O controle preventivo com inseticidas, sejam químicos ou alternativos, é fundamental, sempre com acompanhamento técnico da Epagri”, reforça.
Outro ponto destacado por Paulo é a realização da poda verde, prática que ocorre entre outubro e novembro. No pessegueiro, é o momento de eliminar os chamados “ramos ladrões”, que consomem energia e prejudicam a circulação de ar e a entrada de luz na copa. Na videira, o manejo inclui o desponte de ramos após o último cacho e a eliminação de brotos secundários. “Esses cuidados favorecem a iluminação, reduzem o risco de doenças e aumentam a qualidade e a doçura das frutas”, explica.
O raleio do pêssego também merece destaque. A recomendação é deixar um fruto a cada dez centímetros, evitando o contato direto entre eles. Essa técnica permite que a planta concentre energia em menos frutos, garantindo maior calibre e qualidade.
Paulo lembra ainda da importância do uso correto de Equipamentos de Proteção Individual – EPIs durante as pulverizações, além do respeito ao período de carência dos produtos. “Cuidar da saúde do agricultor é tão importante quanto cuidar da planta. Por isso, reforçamos sempre a necessidade de seguir as normas de segurança”, enfatiza.
Por fim, o líder do projeto reforça a necessidade de planejamento também para os próximos ciclos. Ele lembra que, no inverno, o tratamento com calda sulfocálcica antes da floração do pessegueiro é essencial para reduzir a incidência da podridão-parda no futuro. “Estamos em um momento decisivo para garantir uma safra saudável e produtiva. O agricultor que investir em prevenção agora terá menos perdas e frutos de melhor qualidade”, conclui.

