Moradora de Iporã do Oeste relata superação do câncer e mudanças de hábitos para a qualidade de vida
Iporã do Oeste – Isolde Bernadete Schuh Schroeder, 51 anos, nasceu e cresceu na comunidade de Taipa Alta, e há cerca de dois anos reside com a família na cidade. Sempre atenta a condição de saúde, realizava exames e consultas periódicas com ginecologista. Já em 2023 teve um melanoma na perna, inicialmente em sete pontos e depois foram identificados 14 no total. Os procedimentos de retirada dos melanomas foram feitos de forma particular, e após exames, nenhum mais foi identificado.
Em maio de 2024 Isolde fez uma mamografia, a pedido de sua ginecologista, e o exame apresentou uma alteração. A biopsia confirmou que Isolde possuía câncer de mama no seio esquerdo, felizmente na fase inicial, o que aumentava muito a chance de sucesso do tratamento. Em outubro de 2024 foi realizada a cirurgia de retirada do nódulo, e logo em seguida Isolde iniciou a quimioterapia para eliminar a possibilidade de o câncer voltar. As sessões foram realizadas em um intervalo de 21 dias, sendo que a última foi em janeiro deste ano.
Para Isolde, o período de quimioterapia foi muito difícil, porque as sessões lhe causavam muito mal-estar. Além da perda de cabelo, que é normal devido ao uso dos medicamentos, teve muita dor no corpo, febre, fadiga e falta de apetite. Os sintomas apareciam principalmente após o terceiro dia da quimioterapia. Nesse processo, Isolde trocou muitas experiências e informações com outras mulheres, e com as orientações da médica, entendeu que cada pessoa reage de forma diferente ao tratamento. Afirma que nessa fase complicada, o apoio, a orientação e o consolo dos profissionais da saúde são muito importantes, a exemplo das palavras de incentivo que ouviu de uma enfermeira quando estava prestes e fazer a cirurgia de retirada do nódulo, e que lhe deram muita força e esperança.
Assim que encerrou a quimioterapia, em fevereiro iniciou a radioterapia, em um total de 18 sessões, que terminaram em abril. Durante o período que fez radioterapia, Isolde permanecia de segunda a sexta na Rede Feminina de Chapecó, pois era realizada uma sessão por dia. Comenta que o apoio desta rede foi fundamental para ela e todas as mulheres que são atendidas, pois todo o trabalho é voluntário, mantido por doações, e contribui para que as pacientes possam fazer o tratamento de forma mais tranquila e acolhedora.
Por cerca de cinco anos, Isolde fará uso diário de um medicamento como parte da imunoterapia, um tratamento para prevenir a volta do câncer. Há cada três meses também são feitos exames para acompanhamento. Passado o período crítico, Isolde ainda sente desconfortos, mas já retomou a atividade física, que é fundamental para o bem-estar e a redução das dores musculares. Também mantém seus afazeres diários na casa, além de faxinas que realiza em outras residências.
“A mensagem que deixo para todas as mulheres, é que a vale a pena se cuidar. Além dos exames preventivos que eu fazia todos os anos, também me examinava, me olhava. Como o nódulo era muito pequeno, só pelo ultrassom foi possível identificar. Seja de forma participar ou pelo SUS, não deixe de se cuidar. A vida vale muito”, destaca Isolde, acrescentando ainda que descobrir e enfrentar o câncer não foi difícil apenas para ela, mas a família também sofre junto. Uma frase que ouviu de uma mulher que também enfrentou o câncer, e que leva para a vida é: “o pós câncer de mama é o recomeço, abrace suas mudanças, e não se cobre tanto”.


