Representantes das Associações de Avicultores cobram incentivo do governo para auxiliar produtores
Cumprindo um roteiro pelos municípios da região, o presidente da Associação dos Avicultores do Extremo Oeste de Santa Catarina, AVIEOSC, Genésio Anton, também produtor de São João do Oeste, está usando a tribuna livre das Câmaras de Vereadores para explanar sobre a situação pela qual passa a avicultura.
Genésio Anton destaca que em 2024 a avicultura representou um movimento de R$ 95,9 milhões em São João do Oeste. Em Santa Catarina, a atividade movimentou no último ano R$ 15,6 bilhões, ficando com o segundo lugar no movimento de produtos agropecuários do Estado. Já no Brasil, a movimentação econômica da avicultura foi de R$ 108,3 bilhões, atividade que ocupa a quinta posição no país em movimentação de produtos agropecuários.
Apesar dos números, o presidente da AVIEOSC ressalta que a avicultura passa pela maior crise dos últimos 30 ou 50 anos. O motivo principal é o que desencadeou o caso de gripe aviária identificado em granja do município gaúcho de Montenegro, que trouxe sérios problemas na exportação da carne de frango. Por conta disso, Genésio cita que os presidentes das associações do estado, além da AVIEOSC também as associações de Chapecó, Capinzal e Concórdia, estiveram reunidos ainda no dia 31 de maio em Chapecó para debater os motivos e soluções para a crise. Neste encontro ficou agendada uma reunião com o secretário-adjunto da Agricultura no estado, para dia 09 de junho, em que os representantes das associações levaram a demanda do setor e também agendaram uma audiência com o governador Jorginho Mello para julho. A principal reivindicação é a criação de um incentivo fornecido diretamente na conta dos produtores, como já é feito no Mato Grosso do Sul.
Conforme Anton, o tema central a ser trabalhado é a biosseguridade, presente há muitos anos nas granjas aviárias. Comenta que foi uma medida para evitar e prevenir doenças, mas ao mesmo tempo as restrições afastaram as instituições de ensino e de pesquisa, que poderiam trazer contribuições importantes para a atividade.
Genésio recorda que no passado Itapiranga possuía a única unidade compartimentada do mundo que representava a zona livre de influenza, da gripe aviária e a doença de Newcastle. Essa proteção garantia a unidade a continuidade das exportações mesmo que casos da doença fossem registradas em outra região do país. Sem saber mencionar os motivos, Anton lamenta que esse título foi perdido há dois anos. Afirma que ao invés de ter lucro, os produtores estão pagando além do custo de produção. “Estamos sofrendo muito na região com falta de renda e falta de perspectiva. A comissão dos integrados buscou negociação com empresas, mas para os próximos 90 dias não há nenhum sinal de ajuda e melhora. É uma crise muito violenta. Produtores da região que sempre foram destaque hoje estão colocando R$ 0,30 a R$ 0,50 centavos por frango no carregamento”.
O presidente da AVIEOSC ressalta que Santa Catarina é o segundo estado com maior produção de frangos do país, atrás apenas de Paraná, mas em exportação é o que possui o maior volume. O que os produtores precisam segundo Anton, é que toda essa riqueza produzida no estado será reinvestida nas unidades. Genésio também pediu o apoio do Legislativo para que o pleito da avicultura seja atendido. “O que nós buscamos é o apoio governamental para que consigamos sobreviver a crise, e que possamos atrair novos investimentos para Santa Catarina”.
